Empresário que matou gari tem destino decidido pela Justiça de Minas Gerais

A audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (12) trouxe uma definição que promete marcar o rumo do caso que chocou Belo Horizonte. O empresário René da Silva Nogueira Junior, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes após uma discussão de trânsito, teve sua prisão convertida em preventiva — e, segundo o juiz, a decisão está diretamente ligada à frieza demonstrada pelo réu logo após o crime.

De um pedido de passagem a um disparo mortal em plena luz do dia

Testemunhas relatam que o crime começou com um desentendimento banal: o caminhão de coleta de lixo parcialmente bloqueava a rua no bairro Vista Alegre, quando René se irritou e ameaçou a motorista. Em seguida, sacou uma arma e atirou contra Laudemir, que tentava acalmar a situação. O gari foi atingido no tórax e não resistiu.

Frieza após o crime pesou na decisão do juiz

O que mais impressionou as autoridades foi o comportamento do acusado depois do disparo: ele deixou o local, passeou com os cães e foi para a academia, onde acabou preso horas depois. Para o juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno, a conduta demonstrou “periculosidade acentuada” e justificou a manutenção da prisão.

Arma sob suspeita e possíveis desdobramentos para a esposa do acusado

A pistola calibre .380 usada no crime foi apreendida e está sob análise da polícia. A investigação apura se o armamento pertence à esposa de René, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, o que poderia gerar implicações adicionais no caso.

Histórico de ocorrências que revelam um padrão preocupante

Apesar de tecnicamente réu primário no processo atual, René já se envolveu em episódios graves no passado. Entre eles, investigações por lesão corporal, violência doméstica e homicídio culposo no Rio de Janeiro, quando teria atropelado e matado uma mulher em 2011. Também há registros de agressões em São Paulo e perseguição a ex-companheiras.

Comoção popular e pressão por justiça

A morte de Laudemir provocou revolta na comunidade e nas redes sociais. O gari, conhecido pela dedicação e comportamento pacífico, deixa esposa, uma filha de 15 anos e duas enteadas. A empresa Localix, responsável pela coleta de lixo, prometeu prestar apoio à família e acompanhar o processo.
O inquérito continua, e René responderá por homicídio duplamente qualificado e ameaça.