Homem que agrediu ex-namorada com 61 socos no RN alega ter sido vítima de agressão

O caso brutal de agressão ocorrido no Rio Grande do Norte continua a repercutir em todo o país. O homem acusado de desferir 61 socos contra a ex-namorada, que sobreviveu após ser atendida em estado grave, voltou a ser assunto após alegar que foi agredido dentro do presídio onde está detido. A denúncia teria sido feita por meio de seu advogado, que afirma que o agressor foi alvo de violência física e ameaças de outros detentos desde que chegou à unidade prisional.
Agressão brutal chocou o país
O crime aconteceu no final de setembro, na cidade de Mossoró, e ganhou grande visibilidade após as imagens das câmeras de segurança mostrarem o ataque covarde. A vítima, uma jovem de 23 anos, foi agredida por cerca de dois minutos consecutivos com socos, chutes e puxões de cabelo em plena via pública. Ela conseguiu sobreviver após ser socorrida por populares e levada a um hospital da região, onde passou por atendimento médico e segue em recuperação.
Alegações de violência dentro do presídio
Agora, o agressor — preso em flagrante — alega ter sido alvo de uma “emboscada” dentro da cadeia. Segundo o advogado de defesa, ele foi espancado por outros detentos e precisou de atendimento médico após sofrer ferimentos leves. A defesa também afirma que está solicitando providências às autoridades penitenciárias para garantir a integridade física do acusado, alegando que ele vem sendo ameaçado desde sua chegada à unidade.
Ministério Público e defesa divergem
O Ministério Público, por outro lado, informou que as alegações de agressão dentro do presídio estão sendo apuradas, mas reforçou que o foco principal das investigações continua sendo o crime de tentativa de feminicídio cometido contra a ex-namorada. De acordo com o órgão, o comportamento violento do acusado foi premeditado, e há provas suficientes de que ele agiu com a intenção de matar. A defesa, por sua vez, tenta argumentar que o ato foi “impulsivo” e que ele estaria arrependido.
O estado de saúde da vítima
Enquanto o processo judicial avança, a vítima continua recebendo acompanhamento médico e psicológico. Segundo familiares, ela apresenta melhora gradual, mas ainda sofre com dores e traumas emocionais profundos. A jovem também tem contado com o apoio de movimentos de defesa das mulheres e recebeu manifestações de solidariedade de pessoas de todo o país. O caso reacendeu o debate sobre a violência doméstica e os desafios enfrentados por mulheres para romper ciclos de agressão.
Um retrato da impunidade e da revolta social
O episódio levanta novamente a discussão sobre a segurança das mulheres no Brasil e a efetividade das leis de proteção. Apesar dos avanços da Lei Maria da Penha, o número de agressões contra mulheres ainda assusta. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o país registra mais de 250 casos de violência doméstica por dia. O caso do Rio Grande do Norte é mais um exemplo trágico de como o ódio e a impunidade podem transformar relações afetivas em cenas de horror.