Eduardo Bolsonaro envolve Trump nas eleições de 2026
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou ao centro das polêmicas ao afirmar que Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, pode não reconhecer o resultado das eleições brasileiras de 2026, caso o país mantenha o uso das urnas eletrônicas. A declaração, feita nas redes sociais nesta sexta-feira (26), reacendeu debates sobre soberania nacional e desinformação. “Os brasileiros sentirão saudades da tarifa de 50%”, escreveu Eduardo, em referência às antigas medidas protecionistas de Trump contra o Brasil.
Aliança entre Bolsonaro e Trump volta aos holofotes
Desde o início do governo Jair Bolsonaro, Donald Trump foi uma das figuras mais admiradas pelo ex-presidente e sua base. Essa conexão ideológica — marcada por discursos nacionalistas, ataques à imprensa e ceticismo institucional — se fortaleceu nos últimos anos. Agora, mesmo fora do poder, Trump segue influente entre bolsonaristas, o que torna a fala de Eduardo ainda mais relevante e estratégica.
Urnas eletrônicas viram alvo de desconfiança
Apesar de o sistema eletrônico de votação do Brasil ser considerado seguro por especialistas e utilizado desde 1996 sem provas de fraude, ele continua sendo alvo de desconfiança da ala mais radical da direita. A nova fala de Eduardo Bolsonaro reforça uma narrativa já desmentida pelo TSE e por organismos internacionais, mas que ainda encontra eco entre parte do eleitorado conservador.
Reação imediata do Congresso e da opinião pública
As declarações do deputado geraram forte reação no meio político. A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) criticou duramente: “É grave sugerir que o Brasil precise da validação de Trump para aceitar um resultado eleitoral”. Já o senador Randolfe Rodrigues classificou a fala como “perigosa” e disse que ela pode incentivar novos atos antidemocráticos, como os registrados em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
Redes sociais e o risco da desinformação
Especialistas em ciência política alertam que declarações como a de Eduardo Bolsonaro são uma forma de minar a credibilidade do processo eleitoral desde já. Segundo o professor Lucas Rocha, da UFRJ, isso prepara o terreno para contestar eventuais derrotas futuras. “Esse tipo de discurso é calculado e tem como objetivo enfraquecer a confiança pública nas instituições”, afirma.
O jogo de 2026 já começou
Faltando ainda três anos para as próximas eleições presidenciais, a movimentação bolsonarista mostra que o embate ideológico já está em curso. A possível volta de Trump ao poder nos EUA e sua influência no Brasil podem redesenhar os rumos da política nacional. Enquanto isso, a democracia brasileira segue sendo testada por narrativas que colocam em xeque seus próprios pilares.
