Alexandre de Moraes usa carta psicografada para condenar Filipe Martins: “Ele receb…Ver mais

O boato que inflamou as redes
A alegação de que uma “carta psicografada” teria sido usada para condenar Filipe Martins ganhou velocidade nas redes e em publicações de tom irônico. A narrativa, apesar de chamativa, não encontra respaldo nos autos nem em decisões formais. É um exemplo clássico de como sátira e opinião podem ser confundidas com notícia — e de como esse ruído desvia a atenção do que importa.
O que o processo realmente discute
O caso que envolve Filipe Martins gira em torno de questões documentais e processuais, como registros de viagem, diligências investigativas e prazos de defesa. Ao longo das últimas movimentações, houve idas e vindas de decisões técnicas, mas nenhuma delas menciona — nem de longe — o uso de “psicografia” como fundamento jurídico.
Por que a história da psicografia não para em pé
Em matéria penal, provas precisam ser minimamente confiáveis, verificáveis e submetidas ao contraditório. “Cartas” supostamente ditadas por espíritos não atendem a critérios técnicos aceitos pelo sistema de justiça. Por isso, a tese de que uma prova desse tipo pautou decisão contra o investigado não se sustenta na prática jurídica.
Onde está a controvérsia de verdade
O debate real passa por pontos como autenticidade de registros, cadeia de custódia de informações e o cumprimento rigoroso do devido processo legal. São temas áridos, mas decisivos: determinam se um documento pode embasar medidas restritivas, se houve falhas formais e se a defesa teve pleno direito de se manifestar.
Entre justiça e opinião pública
Quando temas complexos viram cliques fáceis, a opinião pública corre o risco de julgar pelo meme. O problema é que isso embaralha a percepção sobre garantias fundamentais e pode contaminar a confiança nas instituições. Separar fato de opinião não é perfumaria: é pré-requisito para acompanhar casos sensíveis com seriedade.
Reflexão final: menos ruído, mais rigor
A pergunta que deve guiar quem acompanha esse caso é simples: o que está documentado? Sem lastro nos autos, a história da “carta psicografada” é só fumaça. O que merece foco é a avaliação técnica das provas reais, o respeito aos ritos processuais e a busca por um resultado justo — qualquer que seja ele — dentro das regras do jogo. Quer publicar com outro tom (mais quente, mais explicativo ou mais opinativo)? Me diga e ajusto em segundos.







