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Lula diz que culpa de fraude no INSS é de Bolsonaro e se pronuncia sobre o caso: “Ele ro…Ver mais

A recente descoberta de um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abalou o cenário político brasileiro, gerando um intenso debate entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor, Jair Bolsonaro. A fraude, que resultou em prejuízos superiores a R$ 6,3 bilhões para aposentados e pensionistas, envolveu descontos indevidos em benefícios previdenciários, realizados por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades associativas.

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Lula Afirma que Esquema Teve Origem em 2019 e Foi Desmontado em sua Gestão

Em coletiva de imprensa realizada em Moscou, onde cumpre agenda oficial, o presidente Lula afirmou que a origem do esquema remonta ao ano de 2019, ou seja, ainda durante o governo Bolsonaro. Segundo Lula, foi justamente em sua atual gestão que o esquema foi desmontado, graças à atuação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal. O presidente fez questão de frisar que as investigações ocorreram de forma discreta e técnica, sem espetáculos midiáticos, mas com resultados concretos.

Lula classificou o caso como um “assalto ao bolso dos aposentados” e demonstrou indignação com a forma como o sistema foi utilizado para prejudicar pessoas vulneráveis. De acordo com o levantamento feito pela CGU, mais de 3 mil contratos apresentavam indícios de irregularidade.

A fraude consistia na cobrança de mensalidades e outros descontos em nome de associações, muitas vezes sem a autorização prévia dos beneficiários.

Operação ‘Sem Desconto’ Expõe Fraude e Leva à Exoneração de Presidente do INSS

A operação batizada de “Sem Desconto” foi deflagrada em 23 de maio e resultou na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de quatro dirigentes da autarquia. A investigação apura a atuação de associações que, em conluio com servidores públicos, acessavam dados de segurados e inseriam descontos sem consentimento nos contracheques dos beneficiários.

Como forma de reparação, o Ministério da Fazenda anunciou que mais de R$ 292 milhões começaram a ser devolvidos aos prejudicados entre maio e junho, com recursos que foram bloqueados de contas bancárias pertencentes às entidades envolvidas. Lula, no entanto, afirmou que o ressarcimento total dos valores dependerá da análise individual de cada caso, devido à complexidade das situações e à necessidade de garantir que os recursos sejam devolvidos a quem realmente sofreu prejuízo.

A crise no INSS também provocou mudanças no alto escalão do governo. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, foi substituído após desgaste político, e Lula nomeou novos gestores com a missão de reestruturar a pasta e reforçar os mecanismos de controle.

Apesar de os ACTs serem instrumentos legais para facilitar a cooperação com entidades representativas, ficou evidente que a falta de fiscalização e a fragilidade nos critérios de autorização permitiram brechas para a prática criminosa.

Enquanto o governo busca demonstrar agilidade no combate à corrupção e no ressarcimento às vítimas, a oposição criticou Lula por tentar transferir a responsabilidade exclusiva ao governo anterior.

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Aliados de Bolsonaro Defendem que Irregularidades no INSS Não São Exclusivas de um Governo

Parlamentares aliados de Jair Bolsonaro argumentam que as irregularidades são estruturais e não podem ser atribuídas a um único mandato. Bolsonaro, por sua vez, se pronunciou nas redes sociais afirmando que seu governo também realizou auditorias no INSS e que sempre buscou coibir abusos contra os beneficiários.

O escândalo revela a vulnerabilidade do sistema previdenciário brasileiro e levanta questionamentos sobre a transparência na relação entre o Estado e entidades privadas.

Diante do prejuízo bilionário e do impacto direto na vida de milhares de aposentados, cresce a pressão sobre o governo para implementar reformas que fortaleçam a fiscalização e impeçam a repetição de episódios como esse.

A população, especialmente os aposentados e pensionistas, espera respostas rápidas e eficazes. Mais do que encontrar culpados, é essencial garantir que a segurança dos benefícios previdenciários seja prioridade permanente do Estado brasileiro. O caso, além de escancarar falhas graves, também reacende o debate sobre o uso político das instituições e a necessidade de proteger os mais vulneráveis da sociedade.