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Ex-integrante do Raça Negra é encontrado desacordado na rua e morre em SP


A confirmação da morte veio no dia 6 de junho. Edson foi levado ao hospital ainda com vida, mas não resistiu. A Secretaria de Segurança Pública foi acionada, mas até agora nenhuma explicação oficial foi divulgada. Mistério. Silêncio. Descaso?

O que se sabe é que Edson vivia em situação de rua. Durante anos, morou nas calçadas do Rio de Janeiro, lutando contra a dependência química. Guardava carros. Dormia ao relento. E mesmo assim, segurava firme o pouco de dignidade que ainda lhe restava.

Edson não era um desconhecido. Foi violonista do Raça Negra, grupo que embalou o Brasil com clássicos como Cheia de Manias. Ele fez parte do som que marcou gerações. Mas o brilho do palco foi se apagando… e ninguém parece ter notado.

Depois de sofrer um AVC, Edson perdeu os movimentos dos braços. Para um músico, isso é como perder a própria identidade. A queda foi inevitável. E ninguém estendeu a mão. Ninguém apareceu.

É doloroso imaginar que alguém que um dia fez parte da trilha sonora de milhões tenha terminado seus dias esquecido numa calçada, como se sua história tivesse deixado de importar. Edson Café, como tantos outros artistas que deram voz, som e alma ao Brasil, enfrentou o abandono silencioso que atinge quem sai dos palcos, mas não dos nossos corações. A fama passou, os aplausos cessaram — mas ninguém apareceu para estender a mão.

Enquanto o Raça Negra segue lotando shows pelo país, o nome de Edson sequer é lembrado. Como se seus acordes nunca tivessem feito parte daquela construção. Que a partida dele, ainda que silenciosa, não passe em branco. Que sirva como alerta, como espelho e, acima de tudo, como um pedido por mais empatia. Porque, se continuarmos ignorando quem nos emocionou no passado, outras histórias assim vão se repetir — e talvez, de novo, ninguém esteja lá para contar.

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